FILOSOFIA POLÍTICA


O que é POLÍTICA? 

Política e Poder

Quando falamos de política, geralmente estamos tentando responder duas perguntas principais:

  1. Quem fica com o quê?
    Isso significa: quem deve ter mais coisas, como dinheiro ou liberdade? Por exemplo, por que algumas pessoas têm muito dinheiro e outras têm pouco? E quais direitos e liberdades as pessoas devem ter?

  2. Quem manda?
    Aqui estamos falando sobre quem tem o poder para fazer as regras e decidir o que as pessoas podem ou não fazer. Esse poder pode ser sobre coisas grandes, como decidir leis, ou coisas menores, como definir regras na escola.

Quando pensamos sobre essas questões, surgem dúvidas. Por exemplo, por que alguém deveria ter mais dinheiro do que outro? Há limites para a nossa liberdade? E como o poder para fazer leis se relaciona com o dinheiro? Em alguns lugares, quem tem poder também tem muito dinheiro, e em outros, quem tem poder ganha dinheiro rapidamente. Mas, será que deveria haver uma conexão entre ter dinheiro e ter poder?

O poder político é a capacidade de mandar e punir. A questão é: quem deve ter esse poder e por quê? É estranho pensar que alguém pode nos dizer o que fazer e até nos punir se não obedecermos.

Algumas pessoas acham que o poder político é necessário para manter a ordem e proteger as pessoas. Outras acreditam que as pessoas deveriam ser totalmente livres e não precisar de governo para controlar suas vidas.

O Trabalho dos Filósofos

Os filósofos políticos tentam encontrar o equilíbrio certo entre a liberdade das pessoas e o poder do governo. Eles fazem perguntas sobre como as coisas deveriam ser e não só como são. Eles tentam descobrir a melhor maneira de distribuir o dinheiro, os direitos e a liberdade para que todos sejam tratados de forma justa.

Os filósofos também discutem como a política realmente funciona e como ela deveria funcionar. Eles fazem isso para entender melhor as regras e princípios que podem melhorar a sociedade.

Mesmo que não haja respostas fáceis, muitos filósofos têm ideias sobre como resolver esses problemas. Eles discutem e argumentam sobre as melhores maneiras de organizar a política para garantir que todos tenham uma vida justa e segura.

Por fim, todos nós, mesmo que não possamos mudar tudo sozinhos, temos algo a dizer sobre como as coisas são feitas. Participar, opinar e discutir é importante para melhorar a política e garantir que ela funcione bem para todos.

A teoria contratualista

Como Seria a Vida Sem Governo?

No passado, muitos pensadores tentaram entender por que precisamos de um governo. Eles queriam descobrir se é mesmo necessário ter um governo para viver em sociedade e como podemos justificar o fato de termos que seguir regras e ordens de um governo.

Para entender isso, eles imaginaram como seria viver sem um governo. Eles pensaram no que chamam de "estado de natureza", que é um mundo onde não há governo e ninguém manda em ninguém. A ideia é que, se soubermos como seria a vida sem um governo, podemos entender melhor por que ele é importante e como ele deve ser.

Alguns filósofos, como Hobbes, achavam que viver sem governo seria muito perigoso, com brigas e confusões por todos os lados. Por isso, ele acreditava que ter um governo é a melhor forma de garantir a segurança e a paz.

Outros pensadores, como Rousseau e Locke, também tentaram entender o estado de natureza, mas de formas diferentes. Rousseau achava que seria muito tempo para passar do estado de natureza para uma sociedade com governo, enquanto Locke via alguns grupos que viviam assim na época dele.

Mesmo que nunca tenhamos vivido realmente em um estado de natureza, imaginar como seria pode nos ajudar a ver por que um governo pode ser necessário e como ele deve funcionar.

Então, ao pensar no estado de natureza, tentamos entender por que temos um governo e como ele deve ser para nos ajudar a viver bem juntos.

Hobbes

Thomas Hobbes escreveu um livro chamado Leviatã, onde ele explica suas ideias sobre como seria a vida sem um governo. Para Hobbes, viver sem um governo seria muito ruim.

Imagine que, sem governo, não teríamos escolas, casas grandes, navios para viajar ou até mesmo mapas para nos orientar. Não haveria nada de divertido ou útil, e a vida seria cheia de medo e perigo. Em vez de viver em paz, estaríamos sempre lutando e com medo de ser atacados. A vida seria solitária, triste e muito curta.

Hobbes acreditava que sem um governo forte, as pessoas brigariam umas com as outras o tempo todo. Para ele, isso aconteceria porque todos nós queremos coisas e, como somos todos mais ou menos iguais, todos teriam o mesmo desejo de ter essas coisas. Isso levaria a muita briga e competição.

Hobbes achava que para entender as pessoas, a gente precisa saber como somos por dentro e como funciona o mundo ao nosso redor. Ele pensava que as pessoas estão sempre se movendo, procurando coisas e tentando ser felizes. Mas, na ausência de um governo, isso só levaria a mais brigas e confusão.

Ele usava uma ideia chamada "conservação do movimento". Segundo essa ideia, se algo está se movendo, continuará se movendo até encontrar alguma coisa que pare o movimento. Hobbes acreditava que isso também se aplica às pessoas. Se estamos sempre procurando coisas, nunca vamos parar, e isso pode causar brigas.

Hobbes achava que as pessoas queriam poder e riqueza o tempo todo. Isso faria com que elas tentassem conseguir o que podem, mesmo que isso signifique brigar com os outros. E como todos querem as mesmas coisas e há pouca coisa disponível, as brigas acontecem mais ainda.

Para Hobbes, a solução para esse problema era ter um governo forte que pudesse manter a ordem e garantir a segurança. Sem esse governo, estaríamos sempre lutando e nunca conseguiríamos viver em paz. O governo ajuda a garantir que possamos viver felizes e sem medo.

Hobbes acreditava que, se não houvesse um governo para nos proteger, nossas vidas seriam muito difíceis e cheias de medo. E, sem a proteção de um governo, as pessoas não conseguiriam fazer coisas importantes ou se divertir. A vida seria só sobre tentar sobreviver e brigar com os outros.

Locke

John Locke e o Estado de Natureza

O que Locke Pensava:

  1. Estado de Natureza: Locke acreditava que, mesmo sem um governo, as pessoas poderiam viver bem. Para ele, o estado de natureza é um lugar onde todos são livres e iguais. Não há um governo, mas as pessoas seguem regras básicas que ele chama de "Lei da Natureza".

  2. Lei da Natureza: Essa lei diz que não devemos machucar os outros e que devemos ajudar os outros quando possível. Locke achava que essas regras vêm de Deus, e por isso todos devem segui-las. Se alguém não segue essas regras e machuca outra pessoa, qualquer um pode intervir para corrigir isso.

  3. Liberdade Natural: Para Locke, a liberdade natural significa fazer o que é permitido pelas regras da Lei da Natureza. Não é liberdade para fazer o que quisermos, mas sim para agir de forma moralmente correta. Ou seja, não podemos invadir a propriedade dos outros, mas temos liberdade para fazer o que é certo.

  4. Direito de Punir: Locke achava que, no estado de natureza, todos têm o direito de punir alguém que quebre as regras. Mas isso não é o mesmo que se defender de um ataque. É mais sobre garantir que as regras sejam seguidas e ajudar a manter a ordem. Se alguém faz algo errado, qualquer pessoa pode ajudar a corrigir isso.

  5. Motivação e Ordem: Locke pensava que, mesmo sem um governo, a maioria das pessoas seguiria as regras porque elas querem viver em paz. Ele acreditava que a Lei da Natureza é eficaz, ou seja, ajuda a manter a ordem e a paz. Se as pessoas fossem más e não seguissem as regras, seria difícil viver em paz.

  6. Propriedade: Locke também pensava que, mesmo no estado de natureza, as pessoas deveriam ter direito à propriedade privada. Deus nos deu a Terra para usarmos e, para que possamos viver bem, precisamos ter o direito de possuir e cuidar das coisas que usamos, como terras e recursos.

Resumo: Para Locke, mesmo sem um governo, as pessoas poderiam viver em paz seguindo a Lei da Natureza, que é sobre não machucar os outros e ajudar quando possível. Todos têm o direito de punir quem quebra essas regras, e é importante que as pessoas tenham a liberdade de fazer o que é moralmente certo. 


Rousseau

Jean-Jacques Rousseau

e o Estado de Natureza: Entendendo o Passado

Imagine que você está assistindo um filme sobre a vida de um grupo de pessoas que nunca teve contato com a civilização. Rousseau, um filósofo antigo, também fez algo parecido. Ele tentou imaginar como seria a vida dessas pessoas antes de inventarmos todas as regras e instituições da sociedade, como leis e governos.

Muitos filósofos tentaram fazer isso, mas Rousseau achava que eles estavam errados. Eles colocavam na vida dessas pessoas ideias que só surgiram depois, na nossa sociedade moderna. Para Rousseau, esses filósofos acabaram misturando as ideias da nossa sociedade com a vida natural.

Vamos ver como Rousseau imagina que seria a vida sem todas essas regras:

  1. A Vida Sem Sociedades: Rousseau acreditava que, sem a sociedade, as pessoas não brigariam tanto quanto Hobbes pensava. Hobbes dizia que, sem regras, todos ficariam brigando e competindo para conseguir o que precisavam. Mas Rousseau achava que as pessoas naturalmente se ajudariam umas às outras.

  2. A Compaixão Natural: Para Rousseau, as pessoas têm uma sensação natural de compaixão. Isso significa que, se alguém vê alguém sofrendo, geralmente tenta ajudar. Ele acreditava que essa compaixão ajudaria a evitar brigas e guerras, mesmo sem leis ou moral.

  3. A Vida Solitária do Selvagem: Rousseau imaginava que essas pessoas primitivas viviam sozinhas e não tinham muito desejo de conquistar poder ou fama. Eles simplesmente queriam comida, segurança e um lugar para dormir. Não havia famílias ou grandes comunidades.

  4. A Mudança com o Tempo: Com o tempo, as pessoas começaram a se agrupar e a inventar ferramentas para facilitar a vida. Isso levou à criação de novas necessidades e, eventualmente, à competição e desigualdade. O desejo de possuir mais coisas e se destacar começou a criar problemas.

  5. O Surgimento da Sociedade: À medida que a agricultura e a metalurgia se desenvolveram, surgiram as primeiras regras e a propriedade privada. Isso levou a mais desigualdade e conflitos. Os ricos começaram a criar regras que favoreciam a eles mesmos, e a guerra e a injustiça começaram a aparecer.

  6. A Evolução para a Sociedade Civil: Com as novas regras e a formação de governos, as sociedades começaram a se organizar. Mas Rousseau achava que, embora isso tenha trazido ordem, também trouxe muitos problemas, como desigualdade e injustiça.

Em resumo, Rousseau acreditava que a vida no estado de natureza era mais pacífica e igualitária do que a vida na sociedade moderna. Mas ele também sabia que não podíamos voltar a esse estado primitivo, pois já estamos muito envolvidos nas complexidades da vida moderna.


Agora de Novo: Podemos justificar a existência do Estado?

O que é a "Obrigação Voluntarista"?

Imagine que você está jogando um jogo de tabuleiro com seus amigos. Para que o jogo funcione, todos precisam concordar com as regras. Se alguém não concordar, o jogo não será divertido para ninguém. John Locke, um filósofo famoso, achava que a mesma ideia se aplica ao governo.

Locke dizia que o poder do governo só é válido se as pessoas concordarem com ele. Então, a pergunta é: será que todos realmente concordam em seguir as regras que o governo impõe? Se não, o governo pode ser considerado injusto.

Exemplos do Dia-a-Dia:

  1. Jogo de Tabuleiro: Se você e seus amigos decidem jogar um jogo, todos precisam concordar com as regras. Se alguém não concordar, o jogo não funcionará bem.

  2. Escolha de um Líder na Escola: Imagine que sua turma vai escolher um representante. Se a maioria concorda em ter uma pessoa no cargo, isso é como dar consentimento. Mas se ninguém perguntar aos outros se concordam, será que o líder é realmente o escolhido de todos?

  3. Regras em Casa: Suponha que seus pais criem uma nova regra, como "não pode assistir TV após as 10 da noite". Se todos na família concordarem com essa regra, ela faz sentido. Mas se alguém não concordar, a regra pode parecer injusta para essa pessoa.

  4. Decisão de Grupo: Se você e seus amigos decidirem ir a um parque, todos precisam concordar com a decisão. Se alguém não quiser ir e for forçado a ir, isso não parece justo, certo?

Sobre o "Contrato Social"

A ideia do "contrato social" é como um acordo que as pessoas fazem para viver em uma sociedade organizada. É como combinar um plano com seus amigos sobre como jogar um jogo ou fazer uma atividade juntos. Esse acordo deve ser feito por todos para que todos se sintam bem com as regras.

Exemplos do Contrato Social:

  1. Escolha do Filme: Quando um grupo de amigos decide assistir a um filme, eles discutem e chegam a um acordo sobre qual filme assistir. Todos têm a chance de expressar suas opiniões e escolher um filme que todos gostem.

  2. Trabalho em Equipe: Se você está trabalhando em um projeto de grupo na escola, todos precisam concordar com o plano de ação. Se apenas uma pessoa decide tudo sem perguntar aos outros, isso não é um verdadeiro contrato social.

  3. Regras da Sala de Aula: Se o professor estabelece regras para a sala de aula, idealmente ele deve explicar e ouvir a opinião dos alunos para garantir que todos concordem com as regras.

Problemas com o Contrato Social

A teoria do contrato social pode ser difícil de aplicar na prática. Muitas vezes, não sabemos se todos realmente concordaram com as regras do governo ou com a forma como a sociedade funciona.

Exemplos de Problemas com o Contrato Social:

  1. Leis que Ninguém Conhece: Às vezes, há leis que as pessoas nem sabem que existem. Se uma lei é imposta sem que as pessoas saibam ou concordem, isso pode parecer injusto.

  2. Votação: Imagine que há uma eleição para escolher um líder, mas nem todos têm a chance de votar ou expressar sua opinião. Isso pode criar dúvidas sobre se o líder foi realmente escolhido por todos.

  3. Decisões Impostas: Se um grupo decide algo importante, como mudar o horário das aulas, mas não pergunta a opinião de todos os estudantes, pode haver pessoas que não concordam com a decisão.

No final das contas, Locke acreditava que o governo só é válido se todos concordarem com ele. Se alguém não concordar, o governo pode não ser justo para essa pessoa. Então, a questão é: como garantimos que todos concordem com as regras do governo?

O Acordo Tácito

Vamos pensar em como funciona um time de esportes. Quando você entra em um time, você concorda com as regras e aceita os benefícios, como treinos e jogos. Isso é parecido com a ideia de "acordo tácito" sobre o governo.

O que é um "Acordo Tácito"?

Um "acordo tácito" é quando você não diz diretamente que concorda com algo, mas suas ações mostram que você está de acordo. Por exemplo, se você usa um aplicativo de celular, você concorda com as regras, mesmo que não leia tudo o que está escrito. É como quando você aceita o convite para um jogo, você está mostrando que concorda em jogar.

Exemplos do Acordo Tácito:

  1. Usando um Aplicativo: Quando você baixa um aplicativo no celular e usa, você está concordando com as regras de uso, mesmo que não leia todos os detalhes.

  2. Participando de uma Festa: Se você vai a uma festa e segue as regras da casa do anfitrião (como não bagunçar), você está mostrando que concorda com as regras do lugar.

  3. Jogando um Jogo de Tabuleiro: Ao começar a jogar um jogo, você está aceitando as regras do jogo, mesmo que não tenha dito isso em palavras.

A Ideia de Locke

Locke achava que simplesmente viver sob um governo e aproveitar suas vantagens, como segurança e serviços, significa que você está tacitamente aceitando as regras do governo. Ou seja, ao aceitar os benefícios, você está, sem falar, concordando em seguir as regras.

Exemplos da Ideia de Locke:

  1. Morando em uma Cidade: Se você vive em uma cidade e usa os serviços públicos, como as escolas e a polícia, está aceitando as regras da cidade, mesmo que não tenha dito isso em voz alta.

  2. Usando o Transporte Público: Se você pega ônibus ou metrô, você está aceitando as regras do transporte, como pagar a tarifa, mesmo que não diga isso para o motorista.

  3. Frequentando uma Escola: Ao estudar em uma escola, você está concordando com as regras da escola, como fazer as lições de casa e respeitar os professores.

Críticas ao Acordo Tácito

Algumas pessoas acham que o acordo tácito não é suficiente, especialmente quando é difícil sair de uma situação. David Hume, por exemplo, argumentava que não é justo considerar que alguém concorda com as regras simplesmente por morar em um lugar, especialmente se é difícil sair de lá.

Exemplos das Críticas de Hume:

  1. Viver em um País com Poucas Opções: Se você mora em um país e não pode facilmente mudar para outro país, não é justo assumir que você concorda com todas as regras do governo apenas porque está lá.

  2. Trabalhar em um Lugar com Poucas Alternativas: Se você trabalha em uma empresa e não consegue encontrar outro emprego, não é justo pensar que você concorda com todas as regras da empresa apenas porque continua trabalhando lá.

  3. Viver em um Bairro Sem Escolhas: Se você mora em um bairro onde não pode se mudar facilmente, isso não significa necessariamente que você concorda com todas as regras do bairro.

A Perspectiva de Rousseau

Rousseau achava que, em um "estado livre", se você mora em um lugar, isso pode mostrar que você concorda com as regras. Mas, se é muito difícil sair ou se você tem outras razões para ficar, isso pode não ser uma verdadeira escolha.

Exemplos da Perspectiva de Rousseau:

  1. Viver em um Lugar com Muitas Restrições: Se você mora em um lugar onde é muito difícil sair por causa de sua família ou bens, isso não significa que você realmente concorda com todas as regras do lugar.

No final, a ideia é que só viver sob um governo e aproveitar seus benefícios pode não ser suficiente para mostrar que você realmente concorda com todas as regras. É importante considerar se há outras opções e se você tem uma verdadeira escolha.

Acordo hipotético

Imagine que estamos brincando de um jogo onde precisamos decidir se devemos construir uma casa na árvore ou não. O "contrato hipotético" é uma maneira de pensar sobre isso: o que faríamos se estivéssemos no lugar de alguém que nunca teve uma casa na árvore e ainda não conhecesse todas as vantagens de ter uma?

O que é um "Contrato Hipotético"?
Um "contrato hipotético" é uma ideia de como as pessoas se comportariam em uma situação imaginária. Em vez de pensar no que realmente aconteceu no passado, a gente imagina como as coisas seriam se estivéssemos começando do zero.

Como Funciona?
Se você estivesse em um lugar onde não houvesse regras ou governo (o que chamamos de "estado de natureza"), o "contrato hipotético" sugere que você, se fosse esperto, escolheria criar um governo para ajudar a organizar as coisas. Então, mesmo que você não tenha realmente feito esse acordo, a ideia é que, se você pensasse bem sobre isso, escolheria ter um governo.

Exemplos do Contrato Hipotético:
Criando Regras para um Jogo: Se você e seus amigos estivessem jogando um jogo sem regras, vocês provavelmente inventariam regras para tornar o jogo mais justo e divertido. Isso é como o contrato hipotético – imaginar o que você faria para melhorar a situação.
Decidindo Onde Morar: Se você não tivesse uma casa e estivesse pensando em onde morar, pode ser que você escolheria morar em um lugar com boas regras e proteção, como um bairro com boas escolas e segurança.
Escolhendo uma Escola: Se você tivesse que escolher uma escola, pensaria em qual delas ofereceria melhores benefícios e uma boa educação. Isso é parecido com o contrato hipotético, onde você imagina qual seria a melhor escolha.

Por Que Isso Pode Não Funcionar?
Às vezes, a ideia do contrato hipotético pode não funcionar bem, porque não é o mesmo que um acordo real. Apenas imaginar que você faria algo não é o mesmo que realmente concordar com isso.

Exemplos das Críticas:
Mudando de Escola: Se você não gosta de uma escola e acha que seria melhor em outra, só imaginar que você mudaria não é suficiente. Você precisa realmente tomar a decisão e mudar.

Saindo de um Clube: Se você está em um clube e não gosta das regras, só pensar que sairia não resolve o problema. Você precisa agir de verdade para sair.

Escolhendo um Esporte: Se você não gosta de um esporte e imagina que poderia gostar mais de outro, apenas pensar nisso não muda o fato de que você está jogando o esporte que não gosta.

Sobre o Consentimento Real
Algumas pessoas acham que só imaginar que você concordaria com algo não é o mesmo que realmente concordar com isso. Se você tivesse uma escolha real, pode ser que não quisesse seguir as regras ou ter um governo.

Exemplos do Consentimento Real:
Fazendo uma Pesquisa: Se você faz uma pesquisa para saber se seus amigos querem ir a um lugar ou fazer uma atividade, isso mostra que eles realmente têm uma opinião sobre o que querem.

Por que a gente obedece regras? E o que isso tem a ver com filosofia e governo?

Imagina que você e seus amigos vão decidir juntos onde ir no rolê do fim de semana. Alguém sugere cinema, outro quer shopping, outro parque. Vocês votam, a maioria decide parque. Pronto: decisão feita, todo mundo topa ir. Isso é tipo um acordo de grupo.

Agora pensa maior: viver em sociedade é parecido, só que com milhões de pessoas. Pra tudo funcionar, a gente precisa de regras. E é aí que entra a pergunta filosófica:

👉 Por que a gente deveria obedecer ao governo ou às leis?


😄💥 Utilitarismo: o que traz mais felicidade pra galera

Essa ideia é tipo o seguinte:

“A melhor decisão é aquela que deixa o maior número de pessoas felizes.”

Imagina que tem só uma pizza e 5 pessoas com fome. Você podia comer tudo, mas o certo seria dividir, né? Porque aí todo mundo sai ganhando. É isso que o utilitarismo defende.

Mas... e se, pra deixar a maioria feliz, você tiver que fazer algo injusto com uma pessoa só? Tipo culpar alguém inocente pra acalmar a galera depois de um crime. 🤨
Aí complica. O utilitarismo pode ser perigoso se não pensar nas consequências.


💸⚖️ Equidade: usou, então ajuda

Pensa assim:

Você vai na casa do seu amigo, joga no videogame dele, come o lanche, usa a internet... Aí ele pede pra você ajudar a arrumar e você diz: "Nem pedi pra vir aqui, não vou ajudar." Meio vacilo, né?

A ideia da equidade é parecida: se você usa os serviços do Estado (tipo escola pública, hospital, segurança), é justo contribuir com isso — pagando imposto, respeitando as leis, etc.

Mas tem gente que diz: "E se eu nunca pedi nada disso? Tenho mesmo que seguir?"

A discussão é: o simples fato de se beneficiar das coisas já te coloca dentro do jogo?


👑💥 E o que os filósofos têm a ver com tudo isso?

Hobbes – O mundo sem regras é caótico

Pra ele, sem governo, a vida seria um inferno: guerra, medo, todo mundo na defensiva o tempo todo.
A saída? Um governo forte, tipo o "Leviatã", pra organizar tudo e manter a paz.

Locke – Governo é pra proteger seus direitos

Locke acreditava que todo mundo nasce com direitos: vida, liberdade, propriedade.
O governo serve pra proteger isso.
Se ele começar a oprimir a galera, tem que trocar o governo. Revolução liberada!

Rousseau – O problema é a sociedade

Ele dizia que o ser humano é bom, mas a sociedade corrompe. A solução?
Todo mundo seguir a vontade geral — ou seja, o que é bom pra todo mundo, mesmo que você tenha que abrir mão de um pouco da sua liberdade.

Hume – A vida com regras é melhor

Hume não acreditava que a gente assina um contrato pra viver em sociedade, mas dizia que todo mundo se dá melhor com regras.
Sem elas, vira bagunça. Então precisamos de leis, punições e um certo controle pra manter a ordem.


🔚 Resumo 

  • 🧮 Utilitarismo: faça o que traz mais felicidade pra mais gente (mas cuidado com injustiças!).

  • ⚖️ Equidade: se você usa os benefícios do sistema, é justo ajudar a manter.

  • 👹 Hobbes: sem governo = caos total. Precisamos de ordem.

  • 🛡️ Locke: governo existe pra proteger seus direitos. Se ele falha, troca!

  • 💬 Rousseau: siga o que é melhor pra todo mundo, mesmo que custe um pouco da sua liberdade.

  • 🔐 Hume: viver com regras pode não ser perfeito, mas é bem melhor que viver sem nenhuma.

7 comentários:

  1. Professor, quais as relações que se estabeleceria entre os três pensadores e a constituição?

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  2. Professor, quais as relações que se estabeleceria entre os três pensadores e a constituição?

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    1. Hobbes, Locke e Rousseau veem a Constituição como um pacto social: para Hobbes, ela confere ao soberano poder absoluto em troca de segurança; para Locke, ela limita o Estado para proteger direitos naturais (vida, liberdade e propriedade); e para Rousseau, ela deve expressar a vontade geral do povo, garantindo igualdade e liberdade a todos.

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